VEADO-DA-CAUDA-BRANCA (Odocoileus virginianus): BIOLOGIA, COMPORTAMENTO E CURIOSIDADES DA ESPÉCIE

veado-da-cauda-branca aparece ao longe em uma trilha. Aparentemente, duas fêmeas

QUEM SÃO OS VEADOS-DA-CAUDA-BRANCA?

O veado-da-cauda-branca (Odocoileus virginianus). Uma espécie politípica (várias subespécies são reconhecidas) com ocorrência desde o sul do Canadá, presente em quase todo os Estados Unidos, México e norte da América do Sul, onde vem ampliando a sua distribuição. Sua principal característica é, sem dúvida, o branco evidente na parte de dentro da cauda e região posterior do animal. Se observado na natureza, você notará que o animal anda “sacolejando” a cauda, um comportamento que serve como comunicação entre os indivíduos.

Devido a isso, variações de coloração, medidas corporais e comportamentais são encontradas entre as localidades. Apesar de ser muito estudado no hemisfério norte onde podem ser facilmente encontrados próximos às residências, as populações com ocorrência neotropical são muito pouco conhecidas. Se alimentam de brotos, folhas, frutos, sementes, fungos. Ocupam áreas razoavelmente definidas, porém não são considerados territoriais. 

ORGANIZAÇÃO SOCIAL

Grupos formados por uma matriarca e suas gerações anteriores (grupo familiar) e grupos de machos adultos com outros jovens (grupo fraterno) podem se misturar durante a temporada reprodutiva. 

Os machos adultos possuem chifres decíduos, ou seja, eles se desprendem e caem periodicamente. As fêmeas e jovens machos não possuem chifres. Filhotes nascem com pintas brancas na pelagem para ajudar na camuflagem e proteção durante esse período mais crítico de vida. 

veado-da-cauda-branca e seus chifres ramificados
Macho de veado-da-cauda-branca
veado-da-cauda-branca com suas pintas brancas típicas
veado-da-cauda-branca filhote com sua pelagem cheia de pintas brancas

Observadores casuais de vida silvestre precisam estar atentos a mais um detalhe interessante sobre esses animais, especialmente os de ocorrência no Hemisfério Norte. Nesta região, os animais passam por duas trocas de pelagem por ano: uma mais clara e fina no verão, para outra mais acinzentada e grossa no inverno.

O QUE OBSERVAR QUANDO AVISTAR UM VEADO-DA-CAUDA-BRANCA?

Com todas essas características em mente fica mais interessante acompanhar as observações destes incríveis animais na natureza, não é mesmo? Agora você já pode começar a estabelecer possíveis relações familiares e traçar hipóteses sobre quem é o garanhão do grupo, por exemplo. Durante o período reprodutivo, chifres, pelagem e todo o fitness de um modo geral dos indivíduos, estarão no seu ápice e você poderá observar até mesmo alguns comportamentos diferenciados.

CURIOSIDADES

As peculiaridades e beleza dos veados-de-cauda-branca motivaram sua jornada à fama, ao estrelar como Bambi nos desenhos da Disney. Tenho certeza que você já conseguiu relacionar aspectos da biologia da espécie com os apontados de forma lúdica no desenho, tais como: pintas nos filhotes, chifre esbelto e porte avantajado no macho dominante (pai do Bambi), mãe com o cuidado parental do filhote (pelo menos até a morte dela…spoiler!), crescimento de chifres e brigas nos machos adolescentes e por aí vai. É mesmo muito conteúdo explorável que a natureza gera para diretores de cinema, não é? 

veado da cauda branca aparece na capa como bambi.
O mais famosos dos veados-da-cauda-branca: Bambi, da Disney
Acervo pessoal

E aí? Você é do time cinema e pipoca ou do time botas e bora explorar a natureza?

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Referências

Duarte, J.M.B. & Gonzáles, S. (eds) 2010. Neotropical Cervidology. Biology and Medicine of Latin America deer. Jaboticabal, Brazil: FUNEP and Gland, Switzerland: IUCN. 393 pp. Language: ingles 

Marina Xavier da Silva

Bióloga graduada em Ciências Biológicas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mestre em Ecologia pela Universidade de São Paulo – USP. Iniciou sua carreira no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná, onde trabalhou por 13 anos, nove deles dedicados à coordenação de um projeto para conservação da onça-pintada no Brasil e Argentina. Mãe da Lia e da Cléo.

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